domingo, 17 de janeiro de 2016

Paixão, amor e ódio






Estes tres sentimentos, tenho certeza, todos conhecemos.

Senti e ainda sinto paixão. É um vulcão em erupção que nos domina e escraviza, toldando a razão e nos fazendo cegos, surdos e burros!

Contudo é tão bom estar apaixonado! A vida fica mais bela, o mundo mais colorido, a rotina agradavel! E o objeto, inclusive pessoa, de nossa paixão é algo semelhante ao perfeito. E a expressão exata da imensidão da capacidade de nossa alma sentir.

Opa! Perfeito neste mundo, so para os apaixonados mesmo.

Sou a pessoa mais idiota que conheço quando estou apaixonada. Perco o senso, o rumo, a ideia, o juizo. Nada me segura longe da minha paixão. E depois... quando passa... sofro.

Exatamente. A paixão passa, apaga tudo, e deixa apenas o rastro de sua avassaladora passagem.

E quando de começa um relacionamento baseado apenas na paixão? Então fico doente, entro em depressão, muito mais por ter me deixado fazer tanta idiotice do que por ter “perdido” alguma coisa, ou me separado de alguem. Quando a paixão passa, a separação é o melhor remedio, é um alivio para aquele incomodo! Sim, o ser ou objeto da paixão fica sem graça, incomoda; não combina com nada em nossa vida, em nosso jeito de ser.

E minhas paixões passam tão depressa quanto chegam. Sou assim.

Agora vem o amor e o odio! Ah... esses irmãos gemeos, duas faces da mesma moeda! Alguem ja disse que o odio é o amor adoentado, ferido. Eu acho que o odio é o contrario do amor apegado, ainda movido pela paixão, pelo senso de possuir o objeto ou ser amado, isto é, o odio não faz parte do amor verdadeiro!



O odio é algo tão forte quanto o amor, talvez o seu avesso. Realmente pode ser o anti-amor. Eu ja odiei, e continuo odiando muitas coisas.

Eu odeio fofocas! Odeio ladrão! Odeio a ignorancia!

Talvez seja por isso mesmo que busco a verdade, a honestidade e a sabedoria!

Reconhecer que somos capazes de odiar, tambem é reconhecer que somos capazes de amar! Por que, se odiamos de um lado, consequentemente amamos de outro.




E amar?

Eu não sei se ja aprendi a amar como deveria. Assim como eu não sei se ja sei odiar como deveria.

Amar significa antes de tudo respeitar o ser ou objeto amado. Nada fazer que possa lhe causar dor ou sofrimento.

Se eu amo as flores, não vou colher nenhuma! Se eu separar a flor do caule que lhe sustenta a vida, ela vai morrer antes de ter completado seu tempo, o tempo necessario para cumprir com seu papel na natureza. Então isso não é amor.

O amor não tem sentimento de posse. Deixar livre para viver é o lema principal do amor.

Então, estou aprendendo a amar, praticando todos os dias com tudo que encontro.

Tenho tão pouco tempo aqui neste momento para aprender a amar! 

Eu sei que vou precisar de muita prática.


FWagner, Wien, 14.01.16

sábado, 16 de janeiro de 2016

Para que correr tanto?


Para que correr tanto?

Hoje é um sábado, comum como qualquer outro; frio, como qualquer dia de inverno; nubado, como qualquer dia que se espera chover. Mais um sábado na vida de milhões de pessoas.

Fui ao supermercado, como milhares de pessoas que fazem suas compras aos sábados, por terem mais tempo disponivel – o que não é o meu caso.

Onde moro é um local tranquilo do bairro e existem tres opções de mercados de compras nas proximidades.

Tento acordado cansado, com o corpo dolorido pela agitação dos dias anteriores, flagrei-me correndo... ou seja, andando rapidamente como se fosse pegar um trem e ja estava atrazado! Meu joelho reclamou.

Parei. Olhei para os lados e vi os outros tambem andando tão depressa quanto, não importando a idade de cada um. E o ritmo acelerado dos passos continuaram, as feições impacientes, estressadas, preocupadas...

Ergui os olhos e vi o ceu nublado, e os pombos que sobrevoavam o parque, pousando em seguida nas árvores laterais e nos ombrais dos predios vizinhos. Faziam uma festa no ceu.

Absorvi aquele momento e uma paz intensa entrou pelas minhas narinas, enchendo meu peito de ar fresco e revigorando todo meu corpo.

Lembrei de quando apressava meu filho mais velho e ele respondia: “Pra que pressa se o final é a morte?”; sorri desta lembrança e pensei: “Ele tinha razão! Pra que vou correr se ja fiz tudo que podia, tenho tudo que necessito, e agora vou para a última etapa da vida onde finalmente encontrarei a indesejada das gentes?”

O mundo atual esta tecnologicamente farto. Temos meios para viver melhor e com mais suavidade. Então porque continuamos correndo? Temos mais informação do que necessitamos: então, porque continuamos correndo? Os serviços estão disponiveis a um clic no computador, mas nem assim paramos para olhar para o ceu e ver a revoada dos pombos? Não observamos os rostos uns dos outros, pois temos nossas proprias preocupacoes e mazelas para sofrer. Não perdemos tempo para ajudar um mais idoso ou nos impacientamos com sua “morosidade” por que estamos acostumados a correr contra um tempo de nunca vai para, por que não existe de verdade.

Assim perdemos momentos maravilhosos que se exvaem e nunca mais se repetirão. Perdemos oportunidades de dar ou receber um sorriso, um aperto de mão, um abraço, ou sermos simplesmente gentis com o outro.

Por que estamos tão apressados, não conseguimos fazer as compras com prazer, observando exatamente o que queremos e ate nos dando direito a comprar algo totalmente diferente, que nunca comemos antes, somente pelo prazer de ter uma nova experiencia gustativa!

A vida passa tão rapido! – Diriam alguns. E eu perguntaria: o que aproveitastes da vida completamente, inteiramente, do teu dia, do hoje em tua existencia eterna? Lembras de quantos nasceres do sol, ou de quantos anoiteceres? Lembras do cheiro de quais flores, ou do matizes de cada verde da primavera dos anos passados? Lembras das belezas da natureza, da temperatura dos pingos de chuva ou do gosto da neve caindo dentro de sua boca aberta, no meio da rua, feito criança? De destes o direito de escorregar de bumbum na neve branca, rolando ladeira abaixo e sorrindo como um bebe?

Estou decidida que vou viver cada minuto, cada momento, como único que o é! Quero lembranças de maluquices feitas enquanto caras cisudas me olham criticamente desaprovando minhas atitudes, que não condizem com alguem de cabelos brancos. Exatamente, tenho cabelos brancos e posso me dar o direito de fazer aquilo que nunca deixaram quando criança, ou que não tive tempo quando mais jovem, ou que eu mesmo achava fora de lógica fazer.

Eu não quero mais lógica.

Eu estou saindo do padrão.

Eu estou deixando o sistema abismado.

E se me encontrarem num hospicio daqui há algum tempo, pode ter certeza, alguns se incomodaram muito com minha liberdade de ser exatamente como gosto de ser: EU MESMO!

Fwagner
Viena, 16.01.16


PS.: Não aconselho a ninguem fazer o mesmo.   

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

" Eu não gosto da policia" I





- “Eu não gosto da policia... são uns truculentos... são uns ladrões... são uns arrogantes... so sabem bater, descer a porrada...”
- “Eu sou uma pessoa de bem, nunca pus meus pes numa delegacia na minha vida!”

Eu ouvi muito esse tipo de comentario durante toda minha vida. E não foi somente quando eu trabalhava na policia civil não, foi muito antes, na época da escola, de colegas, e sofri o isolamento por ser filha de policial estudando com a elite! Entretanto eu tinha paciencia, muita paciencia! Agora não tenho mais. Talvez pelo passar dos anos, pelos riscos de corri, etc, etc, etc...

Então, usando meu direito de livre expressão vou agora dizer o que penso e sei que muitos nunca vão ler esse artigo! Uns por que não sabem, e outros por que não se interessam. Entretanto o estou escrevendo para aplacar minha ira!

Em primeiro lugar, chamo voces que criticam os profissionais de policia, ou de quaisquer outras profissões, para um detalhe: RESPEITO!




Antes de criticar qualquer profissional que seja, tire uma semana de sua vida e va fazer o que ele faz! Não sabe, ou não estudou para isso? Então ja perdeu o direito de criticar. Suas palavras são oriundas da sua falsa ou ausencia total de informação, ou seja, de sua ignorancia! Voce não faz ideia do que esse profissional enfrenta para exercer sua função, principalmente num pais como o Brasil, totalmente desestruturado! Voce reclama da policia, mas se esquece que ela ainda existe por sua causa!

Em segundo lugar, aqueles que clamam aos quatro ventos não gostarem da policia, são coniventes com o crime e-ou com o criminoso! Por que “coitadinho” para mim é o pinto que nasceu com uma perninha so, foi ciscar e caiu!

Todos nascemos com as mesmas qualidades e oportunidades se criam. Tudo faz parte de nossas escolhas. Eu fui pobre, desmaiei muito de fome na escola, andava muito a pe, pois so tinha dinheiro para pagar duas passagens de onibus, uma pra ir e outra para voltar, morei longe da faculdade, dormia quatro ou cinco horas por dia, e ainda assim eu venci. Nunca precisei traficar drogas ou roubar, apesar de so ter usado uma roupa nova, comprada na loja, depois que comecei a trabalhar, pois minhas roupas novas somente foram as fardas do colegio e os sapatos tinham que durar dois anos, não importava se o pe crescia ou não! Eu sentia vergonha sim de usar roupa de segunda mão, mas sabia que eu poderia mudar esta situação estudando! Eu nunca me deixei levar pela vontade de ter coisas bonitas e para isso ir furtar de alguem, vender drogas ou praticar qualquer tipo de delito! Nunca fui conivente com o crime!




Vale esclarecer que a policia militar brasileira, de militar so tem o nome! É uma policia fardada, para diferenciar da policia civil, que não usa farda! Eu, pessoalmente, não concordo com esse modelo, herdado ainda do preriodo colonial, mas quem foi que disse que o pais saiu desse período?

Se a policia brasileira é truculenta, não concordo! Os profissionais usam as tecnicas necessarias para enfrentar a guerra urbana que existe no nosso pais. O povo brasileiro é truculento, mal educado, não gosta de respeitar qualquer tipo de legislação, pois acha que cada um tem o direito de ser cidadão: salientando que SER CIDADÃO para o brasileiro é ser REI! Portador de todos os direitos e sem nenhuma responsabilidade ou obrigação.
Estou generalizando? Perdoem-me! Quando falam mal da policia, tambem generalizam, falam dos policiais como um todo universal, não dão nome a ninguem, por pura covardia! Então corrijo: a grande maioria do povo brasileiro!

Exato, covardia e medo de serem descobertos pelos braços fortes da corte, dos lordes e dos reis e rainhas chamado “governo”! Ninguem se responsabiliza nem pela opinião que tem, ficando no ouvi dizer, não foi bem isso que eu quis dizer, não sei de nada, não vi nada, nem tava  nem aqui!

Hoje moro num pais de primeiro mundo, e sabe porque é de primeiro mundo? Por que o cidadão, em sua grande maioria, ao contrario do brasileiro, aqui tem responsabilidade, conhece seus direitos e valoriza seus governantes, não os deixando fazer nada fora do seu consentimento. Respeitam a legislação não por medo do governo, mas por terem consciencia de que vivem em sociedade e que esta sociedade deve se organizar para poder coexistir pacificamente. Funções são distribuidas e fiscalizadas em primeiro lugar pelos proprios cidadãos, que DENUNCIAM aqueles que não agem de acordo com o esperado deles. E a resposta do governo é APLAUDIDA pela maioria, que rege democraticamente esta sociedade!
Em relação a policia austriaca: ela realmente pode ate não ser truculenta, mas eu vi, para prender um rapaz que estava bebado e tratou mal uma funcionaria publica, chegaram dois carros patrulhas e oito policiais! Depois que o rapaz ja tinha sido retirado, “educadamente escoltado por todos os oito policiais”, do predio público, ja na praça chegaram mais quatro em outro carro! Então temos doze policiais para uma pessoa!

No nosso tão amado pais acontece justamente o contrario! Temos doze pessoas contra um so policial... se tivermos sorte!

Que tal para voces que não gostam de policia fazer uma pequena conta de estatistica? Qual a proporção da “população carceraria” brasileira para o efetivo policial existente e trabalhando? Pois policial é gente que adoece, tira ferias, etc.

Acho que por enquanto esta bom... passou um pouquinho a raiva!

Muito grata a quem leu ate aqui.