quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Essa tal felicidade...



ESSA TAL FELICIDADE!

Hoje aproveitei para observar os rosto das pessoas que cruzavam comigo ou que utilizavam o mesmo transporte público. Quem eu procurava? Um rosto feliz! Depois, um rosto alegre! Depois, um rosto saudável!

O que observei passivamente?

Apesar de estar tranqüilo eu vi rostos fechados, preocupados, raivosos, tristes, apressados... mas não encontrei os que procurava. Sorri para alguns que nem perceberam. Outros estavam absortos em seu mundo de fantasia (virtual) mantendo-se fechados para os próximos que lhe circundavam o ambiente, vivendo em verdadeiras bolhas de ilusão ou isolamento com os velhos e conhecidos amigos, sem se abrirem para o novo.

Tudo bem, pensei. A escolha de cada um. Assim são felizes.

Vi sorriso no rostinho de crianças que mães preocupadas e apressadas levavam para a escola ou creche! Elas ainda demonstram a felicidade da infancia e a inocencia.

Então perguntei: Querida, onde estão os felizes?

Ela me respondeu: “Você acha mesmo que há muitos felizes neste mundo? Se a maioria fosse feliz não existiriam religiões, autores de livros de auto-ajuda não enriqueceriam, psicólogos e psiquiatras teriam que mudar de profissão, e assim por diante. A felicidade não precisa de ajuda, não traz solidão, não deixa o coração vazio; a felicidade é o balsamo da alma saudável.

“O mundo, a sociedade é incapaz de produzir felicidade. Todos estão tentando. Poucos encontraram a fórmula ideal, e ainda assim, existem momentos difíceis. Lembra da letra daquela música que gosto tanto... “viver é simplismente compreender a marcha e seguir em frente”... cada um no seu ritmo em busca da satisfação, do prazer, interior e/ou exterior. Porem vivemos todos juntos e misturados e não nos compreendemos e nem a nós mesmos.”

Ela parou. Havia chegado o momento de seguirmos rumos diferentes.

Um sorriso, uma piscada de olho: nosso jeito de dizer até mais tarde e eu te amo.

Continuei refletindo em suas palavras. Realmente ela tinha razão, como sempre, aliás.

Então qual foi a fórmula da nossa felicidade?

Compreendemos nossa marcha e estamos caminhando como todos neste mundo para a convivência pacífica. Conseguimos nos entender em plenitude. Deixamos de lado muitas coisas para vivermos juntos e não cobramos do outro essa “dívida” por que somos conscientes que o fizemos por que queríamos. Sabemos que tudo passa e aproveitamos os pequenos momentos juntos para sorrir e viver o agora sem trazer para nossa cama ou para nosso relacionamento as dores e mágoas do passado. Viramos as páginas diariamente, deixando registrados momentos de ternura, compreensão e companheirismo. Não nos cobramos “fidelidade” e com isso não sentimos ciúme um do outro nem, tão pouco, a “obrigação” de estar juntos. Entendemos a nossa humanidade e nossa imperfeição, sendo realistas quanto ao outro, construindo um relacionamento sem fantasias. Eu não espero nada dela e ela nada de mim. A cada dia nos conhecemos e a química continua dando certo e vamos nos envolvendo com o todo.

Sei la! São tantas coisas pequeninas do dia-a-dia e acho que a fórmula não existe. Não há caminho certo ou errado. Não existe modelo ou perfeição.

A vida é como andar num fio esticado entre os picos de duas montanhas, com um abismo profundo sob nossos pes. Requer equilíbrio e concentração para cada passo.

Continuei meu caminho e parei de pensar sobre o assunto.

Voltei a viver o presente!



F. Wagner

Viena, 28.11.16

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