domingo, 3 de setembro de 2017

Filosofando sobre transgenero - entendendo meu interior.





Estava aqui assistindo um video…dois, sobre homens trans e de repente percebi que preciso me assistir. Preciso perceber como sou homem. Qual a minha visão de mim mesmo diante desta transição e como me comporto como um homem.

Então parei e vou parar de assistir a realidade de outros e começar a olhar para mim mesmo e minha realidade. O que quero mudar nesta realidade. Como me comporto socialmente como um homem e o que isso significa para mim.

Estou em construção de mim mesmo ou estou em exposição do que já havia dentro de mim e estava soterrado pela repressão social que tive?

Acho que o mais importante é ser eu mesmo. Não sou modelo de homem e muito menos de transhomem.

O que foi imposto socialmente e que eu já não tenha quebrado?

Quebrei tantos tabus na minha vida!

Construi uma postura diferente. Minha postura diante dos desafios da vida.

Em um determinado momento me senti fraco, destruido, invalido... e isso me deixou inseguro. Ser mulher é ser fraco e inseguro? Não. Isso não tem nada a ver com o gênero.

Pesquisando sobre homens e mulheres, vi que tudo isso são construções do sistema. São conceitos pré-estabelecidos.

Dentro de um rápido pensamento, uma linha veloz, percebo que estas construções são tão frágeis que podem ser derrubadas por terra com poucos exemplos, e ainda perdura a pergunta do que é ser homem ou mulher.

As posturas, os esteriótipos foram criados pelo sistema. E a diferença começou na biologia. A partir da identificação biológica houve a “separação” dos dois polos.

As funções biológicas prevaleceram para determinar as funções sociais.

Nas últimas décadas tem-se provado que não é bem assim. Homens e mulheres mudaram seus pontos de vista e alargaram as fronteiras provocando uma interseção entre os dois parametros, masculino e feminino. E as funções sociais foram se mesclando baseadas na capacidade intelectural de não mais somente na forma biológica. Até as capacidades físicas foram sendo alteradas ao ponto até de se encontrarem mulheres com mais força física que homens, dependendo apenas de seus modos de vida.

Então onde está a diferença? Qual o porquê deste mundo binário?

Volta-se para a biologia: mulher engravida; homem fertiliza. Contudo existem mulheres que engravidam sem a preseça do macho. Então homem produz SEMEN! 

Ser homem é ser um mero produtor de SEMEM?

E aqueles que são estéreis ou que perderam o penis acidentalmente ou que não tem ereção, deixam de serem HOMENS?

Mulher tem útero para gerar um novo ser.

E aquelas que são estéreis, que tem problemas e não podem engravidar, que nasceram sem útero ou que retiraram o útero por algum problema de saúde? Deixaram de ser MULHER?

Aqui não me refiro em nenhum momento a ORIENTAÇÃO SEXUAL!

Como livre pensador, quero excluir qualquer conceito religioso sobre esse assunto. Todos os conceitos religiosos que conheço são separatistas de dois generos, de dois sexos, e muitos, em sua maioria, veem a mulher como subalterna ao homem. Estas religiões criaram uma sociedade machista e preconceituosa, jogando toda essa merda nas mãos de um deus que eles criaram para conter a massa social sob seu julgo e controle. Elas tambem não me responderam o que é ser mulher ou ser homem, sem as fronteiras do sexo biologico, das funções sociais, da missão dada por deus, dos dogmas divinos que não se discute nem muda, pois foram mandados diretamente do criador para aqueles que tem o poder de falar com o “cara”! puro controle e hipocrisia. E, diga-se de passagem, eu não sou ateu nem agnóstico!

Volto a pergunta inicial: Como é estar MULHER ou estar HOMEM? Ou, o que é ser Mulher ou ser Homem, afinal de contas?

Sempre me senti um homem. Sempre me interessei por coisas que, na minha época, eram consideradas masculinas, apesar de ter sido reprimido. Isso não me fez me interessar por coisas femininas, continuei sendo eu mesmo... reprimido.

Na puberdade senti o que os meninos sentem... porém reprimi, pois ja sabia o que era necessario para minha sobrevivencia.

Na fase adulta, precisava me manter e trabalhar... e para manter o emprego, continuei vivendo disfarçado... e isso não me fez mudar: continuei um homem.

Tive filhos... engravidei e pari... e não me fez mudar: continuei homem, respeitando mais ainda a mulher depois disso. Foi isso que me causou a gravidez e a maternidade: aumentou o meu respeito e meu amor pelas mulheres! Continuei homem.

Usei saia, salto alto (parecia um canguru andando.), me deixei maquiar, usei cabelo comprido, menstruei todos os meses... e isso não me fez mulher: continuei homem! O sofrimento foi imenso, digo de passagem. Odiava o corpo que estava inserido!

O corpo não me fez mulher! A biologia não me fez mulher! A sociedade não conseguiu me matar ou me transformar em mulher!

Continuei homem.

Sou um homem.

Então cheguei a uma conclusão: Ser homem ou ser mulher é um sentimento! É um estado da alma! É intrísseco de cada Ser!

Voltando para meu lado espiritual! 

O espirito não tem sexo, concordo plenamente! Porém o Espírito tem gênero!
O espírito pode ser masculino ou feminino! E faz parte da evolução aprensentar a duplicidade de gênero para se chegar a perfeição em si mesmo.

Ainda sou masculino. Aprendendo um pouco do universo feminino. Porém sou homem.




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